quarta-feira, 17 de maio de 2017

Semana Cultural: Direitos Humanos na Escola


A Semana Cultural acontecerá na Faculdade de Vargem Grande Paulista, nos dias 17, 18 e 19 de Maio de 2017. O tema central será Direitos Humanos, mas como o curso que estou fazendo é voltado para a educação resolvi falar sobre o Direitos Humanos na Escola. Achei muito interessante o artigo da autora Ana Maria Klein  que é mestre e doutora em Educação pela USP . Seu artigo fala da Educação em Dirieitos  Humanos em ambiente escolar.



Você já parou para pensar sobre a diversidade de alunos e alunas que compõem as salas de aulas das escolas brasileiras? Meninos e meninas com diferentes culturas, valores, conhecimentos, interesses, desejos… Diferentes etnias, religiões, orientações sexuais, grupos etários, necessidades educacionais… Diversidades de modos de ser, pensar, viver, existir. Todos e todas compartilhando um mesmo espaço.
A universalização do ensino abriu as portas da escola a novos contingentes populacionais até então excluídos de seu cotidiano. Temos, agora, uma instituição caracterizada pela inclusão e, consequentemente, pela diversidade que tal atuação implica. Nesse contexto, marcado pela diversidade de sujeitos, o grande desafio que enfrentamos é criar um ambiente escolar que valorize as diferenças, que combata as desigualdades, que se paute pelo respeito e solidariedade. Estamos falando de relações e valores democráticos que devem ser muito mais do que conteúdo de aulas, devem ser modos de orientar a vida dentro da instituição.
Diante desse enorme desafio, a Educação em Direitos Humanos configura-se como uma necessidade das sociedades contemporâneas ao orientar suas práticas e relações cotidianas por valores que reconhecem a dignidade e a diversidade humana. Adotar a Educação em Direitos Humanos como eixo vertebral das práticas escolares significa priorizar a formação integral dos/as estudantes por meio de três dimensões: acesso ao conhecimento e informações relativas aos Direitos Humanos; vivência de valores relacionados aos Direitos Humanos; e ações de acordo com os valores e os conhecimentos apreendidos.
Acesso à informação significa saber que Direitos Humanos existem, assim como conhecer seu conteúdo. Este é um passo decisivo para o respeito e promoção dos mesmos. Trata-se de educar para os Direitos Humanos, proporcionando, inclusive, o conhecimento sobre os meios para fazê-los respeitar. Mas apenas a informação não é suficiente, é necessário que ela venha associada à vivência desses direitos de forma a possibilitar que os/as estudantes signifiquem as informações e as transformem em orientações para conduzir suas vidas. Portanto, é preciso conhecer, querer e saber agir de acordo com tais direitos. Daí as recomendações em Educação em Direitos Humanos para que sejam adotadas metodologias ativas que coloquem o/a estudante no centro do processo educativo e viabilizem a sua atividade e reflexão, visando não apenas o acesso a informações, mas também a construção de valores e a prática dos Direitos Humanos.
A questão ética é central à proposição de bases para uma aprendizagem que se pretende significativa tanto para o individuo quanto para a sociedade e aponta para a definição do cidadão que queremos ter. As questões subsequentes a esta proposição ética são: quais os conteúdos e valores que devem ser trabalhados na escola? Qual a orientação que a Educação deve tomar ante um mundo que nos confronta cada vez mais com a diversidade? Ademais numa sociedade democrática temos que formar as novas gerações tendo como base o respeito, a liberdade, a igualdade e a solidariedade. Os Direitos Humanos se corporificam por meio destes valores, desejáveis a uma sociedade democrática. Portanto, adotar a Educação em Direitos Humanos como pressuposto ético central das práticas escolares significa ir além do ensino de conteúdos curriculares tradicionais e priorizar a formação integral dos estudantes.
A compreensão e significação dos Direitos Humanos como diretrizes que orientam os indivíduos na sociedade implicam na vivência e convivência em ambientes que guiam suas práticas por meio de tais direitos. Ou seja, não educamos para os Direitos Humanos se não educarmos em Direitos Humanos; neste sentido não se trata de um objetivo a ser alcançado e, sim, de um caminho a ser trilhado. Por se tratar de um modo de vida, não bastam aulas sobre Direitos Humanos, é necessário conviver em um ambiente escolar que proporcione simultaneamente conhecimento, respeito, valoração positiva e promoção dos Direitos Humanos.
O reconhecimento da importância da Educação em Direitos Humanos tem se expressado por intermédio das políticas públicas. O Brasil conta com planos e programas voltados a tal educação, Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH) e Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH). As Secretarias de Educação dos estados brasileiros estão elaborando Planos de Ação Estaduais de Educação em Direitos Humanos. Durante o ano de 2011, o Conselho Nacional de Educação (CNE) discutiu com diferentes segmentos sociais as bases para as Diretrizes Nacionais de Educação em Direitos Humanos a serem lançadas em 2012. Tais diretrizes, com caráter mandatório, tornarão a Educação em Direitos Humanos obrigatória em todos os níveis e modalidades da Educação.
O grande desafio que se apresenta a todos/as educadores/as é traduzir a Educação em Direitos Humanos em conhecimentos, valores e ações cotidianos na sala de aula e no ambiente escolar.

Érico Veríssimo

Hoje vamos falar sobre Érico Veríssimo, vamos saber dos principais fatos que aconteceram em sua vida, obras e características de suas obras.

Érico Lopes Veríssimo nasceu em Cruz Alta, em 1905 e faleceu em Porto Alegre, em 1975. Concluiu o 1º grau (antigo ginásio) em Porto Alegre. De volta a sua cidade natal, empregou-se no comércio, foi bancário e sócio de uma farmácia. Em 1930, transferiu-se para Porto Alegre, onde, depois de trabalhar algum tempo como desenhista e de publicar alguns contos na imprensa local, empregou-se na Editora Globo como secretário do Departamento Editorial. Viajou duas vezes aos Estados Unidos, onde ministrou cursos de literatura brasileira.


Obras:

Romance: Clarissa(1933); Caminhos cruzados(1935); Música ao longe(1935); Um lugar ao sol(1936); Olhai os lírios do campo(1938); Saga(1940); O resto é silêncio(1942); O tempo e o vento: I - O continente(1948), II - O retrato(1951), III - O arquipélago(1961); O senhor embaixador(1965); O prisioneiro(1967); Incidente em Antares(1971).
Conto e novela: Fantoches(1932); Noite(1942).
Memórias: Solo de clarineta I(1973); Solo de clarineta II(1975).
Publicou ainda várias obras de ficção didática e literatura infantil, além de narrativas de viagens.


Características da obra:

Costuma-se dividir a obra de Érico Veríssimo em três grupos:
1) Romance urbano: Clarissa, Caminhos cruzados, Um lugar ao sol, Olhai os lírios do campo, Saga e o Resto é silêncio. As obras desta fase registram a vida da pequena burguesia porto-alegrense, com uma visão otimista, às vezes lírica, às vezes crítica, e com uma linguagem tradicional, sem maiores inovações estilísticas.
Desta fase destaca-se Caminhos cruzados, considerado um marco na evolução do romance brasileiro. Nele, Érico Veríssimo usa a técnica do contraponto, desenvolvida por Aldous Huxley (de quem fora tradutor) e que consiste mesclar pontos de vista diferentes (do escritor e das personagens) com a representação fragmentária das situações vividas pelas personagens, sem que haja no texto um centro catalisador.
2) Romance histórico: O tempo e o vento. A trilogia de Érico Veríssimo procura abranger duzentos anos da história do Rio Grande do Sul, de 1745 a 1945. O primeiro volume (O continente), narra a conquista de São Pedro pelos primeiros colonos e é considerado o ponto mais alto de sua obra.
3) Romance político: O senhor embaixador, O prisioneiro e Incidente em Antares. Escrito durante o período da ditadura militar, iniciada em 1964, denunciam os males do autoritarismo e as violações dos direitos humanos. Desta série destaca-se Incidente em Antares.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Segunda fase Modernista no Brasil - Intimista


Hoje vamos falar mais um pouco sobre o Modernismo, mas desta vez sobre a segunda fase que representou o segundo momento do modernismo no Brasil que se estende de 1930 a 1945.
Chamada de “Geração de 30”, essa fase foi marcada pela consolidação dos ideais modernistas, apresentados na Semana de 1922, evento que marcou o início do Modernismo e sobretudo, a ruptura com a arte tradicional.
A publicação de “Alguma Poesia” (1930) de Carlos Drummond de Andrade marcou o início da intensa produção literária poética desse período.
Na prosa, temos a publicação do romance regionalista “A Bagaceira” (1928) do escritor José Américo de Almeida.
Esta segunda fase surge num contexto conturbado. Após a crise de 1929 em Nova York, (depressão econômica) muitos países estavam mergulhados numa crise econômica, social e política que fez surgir diversos governos totalitários e ditatoriais, os quais levariam despontar segunda guerra mundial (1939-1945). Além do aumento do desemprego, a falência de fábricas, a fome e miséria, no Brasil a Revolução de 30 representou um golpe de estado que depôs o presidente da república Washington Luís, impedindo assim, a posse do presidente eleito Júlio Prestes.
Foi o início da Era Vargas e o fim das Oligarquias de Minas Gerais e São Paulo, denominado de "política do café com leite". Com a chegada de Getúlio ao poder, a ditadura no país também se aproximava com o Estado Novo (1937-1945).

Características

Nacionalismo, universalismo e regionalismo;
Realidade social, cultural e econômica;
Influência do realismo e romantismo;
Temática cotidiana e linguagem coloquial;
Valorização da cultura brasileira;
Influência da psicanálise de Freud;
Uso de versos livres e brancos.

Autores e obras:


Cecília Meireles: (1901-1964), com forte influência da psicanálise e da temática social, é considerada uma das maiores poetisas brasileiras, e desse período destaca-se as obras: "Batuque, samba e Macumba" (1933), "A Festa das Letras" (1937) e "Viagem" (1939).


Mario Quitanda: (1906-1994), chamado de “poeta das coisas simples”, possui uma vasta obra poética; desse período merece destaque seu livro de sonetos intitulado “A Rua dos Cataventos”, publicado em 1940.

Murilo Mendes: (1901-1975), além de poeta foi destaque na prosa de 30, sendo um divulgador das ideias modernistas na revista criada na primeira fase modernista “Antropofagia”. De sua obra poética merece destaque: "Poemas" (1930), "Bumba-Meu-Poeta" (1930), "Poesia em Pânico" (1938) e "O Visionário" (1941).

Jorge de Lima: (1893-1953), chamado de “príncipe dos poetas”, foi escritor e artista plástico. Na poesia de 30 colaborou com as obras "Poemas" (1927), "Novos Poemas" (1929) e "O Acendedor de Lampiões" (1932).

Vinícius de Moraes: (1913-1980) foi outro grande destaque da poesia de 30. Compositor, diplomata, dramaturgo e poeta, publica em 1933 seu primeiro livro de poemas “Caminho para a Distância” e, em 1936, seu longo poema “Ariana, a mulher”.

Carlos Drummond de Andrade: (1902-1987) foi, sem dúvida, um dos maiores representantes sendo o precursor da poesia de 30, com a publicação de “Alguma Poesia”, em 1930.